quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

FELIZ ANO LIVRE


       Ainda ontem se iluminou o céu anunciando a chegada de um novo ano.
       Pelo mundo afora, olhos esperançosos e alegres (muitos, momentaneamente) se perderam no céu clareado artificialmente por milhões de luzes coloridas.
       Lindas e barulhentas, elas sempre fornecem um espetáculo repetitivo e previsível, mas que encanta mentes e corações.  Enternecidos, nos cumprimentamos com beijos, abraços, tapinhas nas costas e felicitações.
       Os votos e sorrisos são sinceros. Os desejos são reais. A esperança renasce.
       Dias melhores. Anos melhores. Vidas melhores.
       Mas os sentimentos são efêmeros.
       E se a mudança não for interna, pessoal, objetiva e honesta, a realidade acordará na manhã seguinte nua e fria e o novo ano, envelhecerá tão rápido quanto nasceu.
       Vencido pela pressa de cabeças, braços e pernas ansiosos, perdidos e inseguros, qualquer ano se esvai como areia fina entre os vãos dos dedos. Como bichos fugindo de incêndio em floresta seca, correremos uma vez mais sem perceber, em busca de ter o que não precisamos e trilharemos aquele mesmo caminho que conduz a lugar nenhum.
       Sozinhos, no meio da multidão chegaremos a outro final de ano, iguais.
       É preciso, portanto, que as luzinhas coloridas nos telhados, nas varandas, nas lojas, nas praças, que os abraços e as felicitações não apenas nos lembrem que ainda existem sentimentos, emoções, pessoas. É preciso, sobretudo, que esse tempo de festas nos ensinem a, de fato, refletir e colocar em prática aquilo que nos tornará pessoas melhores, ativas, participantes, capazes de contribuir para um mundo realmente melhor.
       Não podemos mais permitir que a efemeridade nos roube aquilo que nasceu para ser eterno. Não podemos mais permitir que a desesperança, a descrença, a falta de amor, de fraternidade e de solidariedade abra caminho para o triunfo da violência, da desonestidade, do preconceito e do ódio.
       Não é preciso muito para que o amor prevaleça.
       Basta deixa-lo criar raízes no seu próprio coração.
       Não é preciso pagar para melhorar o mundo.
       Basta separar um pouco de tempo na vida para resgatar valores que por comodismo, medo e até preguiça encerramos num baú tão logo as luzes das festas se apagam.
       Bondade, tolerância, generosidade, paciência, amizade e até o amor andam em baixa. As pessoas pagam por aquilo que não tem valor financeiro e, por isso, exigem um retorno impossível, já que, imposto, bondade, tolerância, generosidade, paciência, amizade e amor tem sabor amargo, azedo.
       A imposição gera sempre reação negativa e essa gera conflito.
       Em vez do “eu ‘tô’ pagando”, coloque em prática o efeito Bom dia, você conhece? Ah ele é poderoso. Arranca sorrisos de onde você nem imagina. Experimente, sorrindo, dizer bom dia para cada pessoa que você encontrar pela manhã.
       Você será o primeiro a se sentir o cidadão mais feliz do universo.
       E o universo conspirará a seu favor.
       E o seu dia será pleno. Alegre.
       Gentileza, gera gentileza.
       Clichê sim, clichê.
       Funcional.
       Gentileza, gera gentileza.
       Não pague para ver. Comece agora a ser livre.
       É grátis.
      
        Feliz 2014!

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