Releitura de uma cena que me chamou a atenção, me evoca solidão, mas ao mesmo tempo a consciência de nossa pequenez e o respeito e admiração pela grandiosidade da Natureza, razão pela qual senti desejo de reproduzi-la. (o autor me é desconhecido)
Lembrei, não por acaso, da citação do Eclesiastes que inspirou Ernest Hemingway a titular um dos seus grandes sucessos literários, o livro O SOL TAMBÉM SE LEVANTA:
"Geração vai, e geração vem; mas a terra permanece para sempre... Levanta-se o sol, e põe-se o sol, e volta ao seu lugar onde nasce de novo... O vento vai para o sul, e faz o seu giro para o norte; volve-se e revolve-se na sua carreira e retorna aos seus circuitos... Todos os rios correm para o mar, e o mar não se enche; ao lugar para onde correm os rios, para lá tornam eles a correr."
É o ciclo da vida...
Quando, há muitos anos, eu vi neve em Curitiba, estavam ao meu lado minha mãe, meu pai e meus irmãos. Naquele dia vivemos uma emoção ímpar, minha mãe chegou a passar mal. Neve no Brasil era coisa de fim de mundo e foi mesmo um dia estranho, mas muito emocionante. Hoje, meus pais já não vivem mais, meus irmãos, quase não os vejo, mas tenho marido, filhos, genro, noras, minha neta e meu neto, - "inimagináveis" naquele dia -, e a neve é quase tão comum como a chuva em tempos de inverno, cá onde estou.
E a Natureza continua seu ciclo, exatamente da mesma forma, se levanta o sol todos os dias e se põe à noite para dar lugar à Lua. E vem a chuva e traz a água que corre para os rios que correm para o mar e o mar não se enche. E também a neve, ignorando o aquecimento do globo, dá o ar de sua graça espalhando o frio com infinita beleza pelo mundo afora...
- Gente não curto o frio, mas amo contemplar a brancura gelada da neve nos telhados... :)
(O quadro pode ser adquirido sob encomenda em www.etsy.com/uk/shop/NilceArtes
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